Quando estou diante do mar,
me pergunto o que ele leva consigo.
Sinto as ondas irem e virem,
como se carregassem tudo o que pesa.
Às vezes penso que ele limpa,
varrendo lembranças antigas,
outras vezes, parece que ele me enche
com algo que não sei explicar.
Será que o mar leva o que é ruim?
Ou será que traz um alívio quieto,
um presente escondido nas águas?
Naquela linha infinita, encontro algo que sempre falta.
O vento carrega uma paz estranha,
como se ali estivesse uma resposta,
não importa o que veio antes,
o mar sempre me acolhe.
Deixo os pés afundarem na areia,
fecho os olhos e respiro o sal,
como se cada respingo fosse um pedaço meu
se espalhando por aí, em algum lugar que faz sentido.
Talvez o mar não leve nem traga,
talvez ele só me mostre quem sou
na dança das ondas, no som das marés,
no espaço entre o que se foi