[Intro
(Sapão no comando, mago dos beats, escuta o som...)
Na selva de pedra, não tem mocinho nem vilão
Aqui, a sobrevivência é a lei do cão
[Verso 1
Nas vielas escuras, a fome é juíza
Cada rosto marcado carrega uma cicatriz viva
O barulho do ferro dita as regras do jogo
Quem vacila uma vez, se torna cinzas no fogo
O relógio não para, mas o tempo não passa
Cada esquina é um campo minado, só desgraça
Na calçada, a criança brinca com o que sobra
A inocência é roubada, a esperança se cobra
Os muros pintados contam histórias de dor
De quem viveu no limite, de quem nunca encontrou amor
A favela é um campo onde a vida é sem juiz
E a justiça só serve pra quem já nasceu feliz
[Refrão
A lei do cão governa o gueto
Aqui, ninguém perdoa, ninguém tem medo
Entre o certo e o errado, o limite é estreito
No final, todos os corpos têm o mesmo leito
[Verso 2
No barulho dos tiros, a vida se perde
Quem carrega o ferro vive à sombra da sede
De poder, de vingança, de algo pra preencher
O vazio que a miséria insiste em oferecer
Cada mão que aperto é um pacto de desconfiança
Porque no gueto, o irmão te trai por uma esperança
Aqui não tem herói, só sobrevivente
Quem vive do corre, morre cedo ou é indiferente
O olhar do moleque brilha, mas não é por sonho
É por ter visto o crime como único trono
Na calada da noite, a lei é feita no escuro
Quem reina no gueto tem o sorriso mais duro
[Refrão
A lei do cão governa o gueto
Aqui, ninguém perdoa, ninguém tem medo
Entre o certo e o errado, o limite é estreito
No final, todos os corpos têm o mesmo leito
[Outro
(Sapão no comando, o mago dos beats, é o som da favela)
Aqui, a lei do cão é quem fala mais alto
Mas a favela vive, e o mundo é o asfalto.
(DJ SAPÃO ORIGINAL, O MAGO DOS BEATS!!!)